e a grande pergunta: quem sou eu?
um caminho, de muitos, a se percorrer... uma força, talvez... um convite à solidão... voltar-se para si, e ecoar

segunda-feira, 19 de julho de 2010


ah, com que olhos eu te perdi?
que desafeto me permitiu largar tuas mãos?
como pude abrir mão do teu sabor?
como me deixei reprovar em satisfazer teus caprichos?

ao começo, tudo tão tenro e lindo, a beirar o sublime
satisfizemo-nos tanto e tanto, que a satisfação perdeu o sentido
e outras aspirações nos deixou a convivência impossível
ao cabo, já esgotados, nos separamos

sem ti a vida foi uma tempestade,
que passou e deixou em mim estragos
que depois de reparados
mantiveram a marca da tragédia

fiz-me só e descrente
vazio e melancólico
meu maior sentimento
de me tirar suspiros
é a lembrança de quando fomos satisfeitos

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