escrever antes por obrigação, que por inspiração
essa vem se por insistência, senão pouca
à hora de mirar algo tudo é válido
cada nadinha, que a olho nu não se vê
há que aparatá-lo
e com óculos de sensibilidade e imaginação
enxergar das coisas a fantasia ou a nudez
vezes há de a guia ser mais interna,
e tirar cada fato inteiro do absurdo não tocado
outras vive-se com a pele momentos tão lindos,
que são por si só poesia
quanta poesia há que se ver em uma fotografia
que - em preto e branco -
despenca do painel à cama
feito minha alma descendo à vida
ou meu bem caindo do meu coração ao meu pé
e então tentar treinar perícia, mas sem regras
de resto versos, que são melhor lidos de olhos fechados
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