e a grande pergunta: quem sou eu?
um caminho, de muitos, a se percorrer... uma força, talvez... um convite à solidão... voltar-se para si, e ecoar

segunda-feira, 17 de maio de 2010

sendo pra si e para os outros, por dentro e por fora

acerta quem diz que estar abandonado é se isolar.
eu sou um que está para o que der e vier e às vezes não estou para nada.
quantas vezes queimei o móvel por esquecer o cigarro,
e quantas vezes fui depravado...

fiz coisas intoleráveis;
inadmissíveis, incompreensíveis;
fiz e senti

e quem fez mais explícito, acho que mais compreensível;
se deu e não pensou tanto...
arrependimento, pranto ou lamento, nada disso me encontra, não tem encontrado...

eu acredito que sei do que digo, mas me perco;
eu conheço de arte sendo ignorante;
antes reconheço que conheço...
nada sei da mitologia grega,
do saber universal dos gregos, na verdade,
com seus sócrates e platão e outros, ainda;
disso não sei ou quero dizer.

sou por quem não se vê sábio
ou pelo que se vê e não se segura;
sou pelos inconsoláveis, que não alcançaram;
sou pelo que tem antes da vitória a batalha, e essa vale mais que tudo.
sou pelo coitado, que é muito mais que pensa e sabe.
reconheço tantos conviventes que são tanto mais do que sabem;
vejo tantos artistas que se vêem nada a ver com a arte...
e esses, com isso, sofrem menos.

estou incontrolável, uma fera; me vejo assim.
aquele que quer muito ser feliz e alcança pelo esforço;
cheio de dúvidas, mas valem as certezas...
não sei do que falo...

sou um acomodado que se acomodou na briga interna,
e que não pensa pra entrar numa briga fora;
sou este eu que me vejo agora;
um mais confiante, que chora...
um que sem porquê, vai embora;
aproveitei as rimas que podia
e nem sou fã delas, mas gosto da metalinguagem...

Um comentário:

  1. amei a parte que diz que "sou pelos inconsoláveis, que não alcançaram"
    e sim, todos temos aqueles dias de perdao, de arrependimentos que incomodam, mas nos fortalecem para seguir na luta, pela arte e pela poesia, e querendo de vez em quando aquele abandonado por necessidade dos momentos isolado.
    ah! amei sua metalinguagem.

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