que falta me fará uma gaveta...
a gaveta de um ser o resume; quantas coisas inúteis guarda ali o descrevem...
saio, abro mão do que juntei, pessoas...
abro mão da gaveta...
eu saí e agora tenho uma mochila e um caderno
me falta o ar, acho que fumei demais...
sempre cri em tantos sonhos, aquilo de amor eterno e uma coisa para a vida toda;
mas já sei que isso não há; nem isso, nem aquilo...
não há quase nada.
há o que se creia, mas, também, quase não tem valor,
pois a gente só crê no que está longe.
para mim, há os meus versos, que tardam.
minha crença correu, meu saber me escapoliu;
hoje me vejo inútil como sei que tudo o é;
a vida é pouca para abrigar tantos sentimentos;
então como vou saber de algo?
muito menos saber de algo que valha...
creio que o pouco que é tudo é me pôr a pensar...
pensar e escrever.
o único modo de não me trair;
pensar e gravar esse eu sujo, bagunçado, desordenado, cheio de lixo e coisas inúteis, como minha gaveta.
escolhi levar um sorriso no rosto,
e andar agradecido por estar vivo,
viver sempre algo que podia ser maior e que não faria falta...
andar por aí satisfeito, desenganado;
saber do fundo da alma que nada vale a pena.
sei que o que há, na gente, é o sentir;
viver minha vida
andar, sentir e sorrir
sem resposta
Há 7 anos
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