e a grande pergunta: quem sou eu?
um caminho, de muitos, a se percorrer... uma força, talvez... um convite à solidão... voltar-se para si, e ecoar

quarta-feira, 30 de junho de 2010

a sociedade está podre
há que haver uma revolução
mesmo qualquer trabalho,
que por princípio dignifique
vem de uma semente vã

o que nos está construído
os prédios de portarias venenosas
as ruas de movimento louco
praças de áureas assustadoras
e nossa casa em grades

isso tudo queimemos
com o fogo da rejeição
primeiro as grades das casas,
fugir pela janela ao encontro de nuvens
o ar rarefeito, me fazendo crer em liberdade

aspiremos, pois, os fantasmas que obedecemos
mandemo-los de nós para dentro de nós em grades
criemo-los em nós como animais de estimação


e então sentir do fôlego o grito
saber estarmos para o que precisar
estarmos para o que nosso real querer diz ser precisar
todo esse feito heróico, mesmo mais real,
é mais como um sonho

dia seguinte acorda
por mais saboroso o ar
estão de volta as grades e os fantasmas
e ao dia, que parece sempre uma noite
lutar para denovo sonhar

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