e a grande pergunta: quem sou eu?
um caminho, de muitos, a se percorrer... uma força, talvez... um convite à solidão... voltar-se para si, e ecoar

quarta-feira, 23 de junho de 2010

procurando - não muito - as sombras das calçadas
dou um passo e outro e outros
parte de mim é conformismo
outra parte é displicência

vou e vou, andando a esmo
não noto ninguém, nem árvores ou carros
me incomoda - mas pouco - o sol em meus olhos
nada sinto que seja forte

vou em equilíbrio, harmonia
meus pés tocam o chão, meus braços o vento
o ar nos pulmões
em meu coração um silêncio

penso palavras que não me convencem
corro olhos numa paisagem que não me admira
vou andando, andando...
balanço um molejo morno de descrença

eu andando, a vida me assistindo
minhas pernas me levam por um caminho
meu coração caiu num desses tropeços
sigo para parte alguma

meus pensamentos e minha poesia não me convencem,
sou um artista sem coração de tigre
minha ânsia-ganância de ser violentamente - feneceu
sou um corpo vivo, carregando uma alma que morreu

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