e a grande pergunta: quem sou eu?
um caminho, de muitos, a se percorrer... uma força, talvez... um convite à solidão... voltar-se para si, e ecoar

quinta-feira, 24 de junho de 2010

vício

o cheiro do vício, ao qual antes eu fiz força para gostar e agora sou dependente
o cheiro desagradável em outros, mas que eu gosto em meu copo
com ele acalmo meus anseios
esqueço por um instante da angustiante busca

me embriago e tudo tem um devido lugar
a sobriedade martiriza
pois não me engano - sei que tudo está perdido

um copo mais e é como se eu não precisasse mais amar
só preciso do meu cigarro
as letras me vêm vãs e fáceis

me entregando ao vício me abstenho da realidade torturante
como qualquer viciado sei que saciar o vício, que entorpece
só me faz bem

um gole, um trago e palavras vãs
agora alcancei o sonho de quem nunca sonha
sonhar é não viver
os goles e tragos me livram de sonhar e eu vivo

vivo e não espero a nada
vivo com a mente encharcada em álcool
e o álcool - agora - é minha busca e meu desejo
e essa é a hora que eu tenho para me livrar de buscas que não me levam a lugar algum
agora, e só em tais momentos, posso saciar minhas vontades
com um objetivo certo - que sóbrio não tenho

quando não estou chapado quero de tudo contar as verdades
agora eu tenho o que quero
pois só quero um trago do cigarro e o meu copo

foi-se a bebida, ficou-se o soluço
já penso, até, em ir dormir

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