a minha cabeça é um quarto escuro
eu sou um alheio ao mundo
eu faço tudo quanto me ocorra,
me entrego aos caprichos dos pensamentos
sinto que a vida é entre correntes,
viver é tentar me libertar,
sei do belo, do profundo, o sinto,
sinto entre amarras, que não me deixam bem falar...
quero que a minha cabeça se esvaia,
em um luto que eu não sei de quê,
de ver morta a semente
que a gente enganada acredita crescer...
sei quanto mais que estou preso,
que o fazer o que queira é um engano,
sei que sou, sem saber,
um produto, coisa que já nasceu feita,
por quantos caminhos escolha ir,
para viver, me ver livre...
sei que escolho caminhos que não posso seguir,
sou de tudo uma farsa, um desinfeliz;
minha vida é cantar minhas mudanças
verso sobre certezas que são talvez
dizer que por onde ando, me engano...
e erro denovo, se tentar outra vez
e me dizer vivo, porque o sou;
um ser preso que se angustia
onde creio ir não é pra onde eu vou
sou que não sei se noite, ou se dia
sem resposta
Há 7 anos
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